Foi em um final de semana, que era pra ser apenas mais um sem importância, afinal não era meu aniversário, não tinha festa, não fui pra rua de noite, nem durante o dia, não tinha nada programado e já estava até conformada em ter que ficar em casa, mas o meu celular tocou e é aqui que essa história começa.

Minhas primas me ligaram falando que iam para minha casa e que iríamos assistir um filme, era pra eu fazer a pipoca que elas estavam levando o filme e o refrigerante. Chegaram 30 minutos depois e foi uma felicidade tê-las ali comigo. Já estava começando o filme, o quarto estava escuro e nós três no colchão já todas enroladas fugindo do frio, quando alguém chamou meu nome, interrompi o filme e fui ver quem era. Era ele, meu vizinho, minha paixão secreta, que estava sem fazer nada em casa e como de costume foi me dizer um oi. Ele entrou, sorriu para minhas primas que já o conheciam e assistiu o filme comigo, do meu lado. O filme acabou, o sol voltou a brilhar forte, minhas primas foram embora, ficamos nós dois. Fomos para o fundo de minha casa e ficamos ali conversando, comemos brigadeiro, nos melamos de chocolate, éramos ainda quase crianças e não havíamos nos acostumado com a tão recente adolescência, ficamos brincando, ele pegou a mangueira e começou a me molhar, com a desculpa de que eu estava suja e eu revidei como sempre fiz e o molhei também.  Estávamos encharcados e em uma tentativa dele de me impedir de fugir, nós nos aproximamos e os nossos olhos se encontraram, a mangueira caiu, a água ensopou a terra e nós nos aproximamos ainda mais. Eu sorri, foi realmente a única coisa que consegui fazer, ele passou a mão pela minha cintura e tornou nossa aproximação um abraço, encostou a sua testa na minha e fechou os olhos, eu gelei, fiquei completamente sem ação e então ele encostou seus lábios nos meus e eu ainda estava com os olhos abertos, ele se afastou, olhou nos meus olhos e sorriu, eu sorri e então ele me beijou de novo, agora era um beijo e meus olhos estavam fechados.