Difícil mesmo é quando você tem que se perdoa e se desculpar por todas as besteiras que fez, por ter aceitado de maneira tão pacifica a “perda” de pessoas importantes demais, por ter contaminado corações com problemas que poderiam ser particulares, por todas as vezes que errou feio, por quando se esqueceu pra lembrar-se de alguém ou de todos, por ter aberto os olhos de pessoas que não deveriam ver, por ter escondido por tanto tempo palavras que já deveriam ter sido ditas, por ter desacreditado de amizades eternas, por ter magoado, por ter permitido se iludir, por ter amado demais quem não precisava de tanto amor, por tudo que não foi capaz de fazer, por se exigir demais, se cobrar demais, querer ser mais do que pode ser, por passar por cima do seu próprio bem estar, do seu limite, para tentar ajudar o outro.

Difícil mesmo é parar de se culpar por ter feito tudo errado, mesmo que tenham sido tão boas as intenções, mas quem liga pras intenções? Sentir culpa, sentir muita culpa, por tudo, tudo mesmo. Complicado aceitar que você falha, que não é e nunca vai ser o suficiente em tudo, que precisa de ajuda, que precisa se permitir ser ajudada, que precisa de abraço, atenção, colo, carinho, amor, que também precisa das pessoas. Difícil entender que as pessoas não são e não vão agir como você e mais difícil ainda se doar tanto pra ter pouca ou nenhuma retribuição, reconhecimento.

Complicado é amar demais, se apegar demais, querer bem demais, aos outros, a todos e priorizá-los sempre. Complicado é sugar a dor do outro e sofrer com ele, por ele, e lutar para aliviá-lo, com um esforço sufocante para vê-lo feliz.

Difícil demais é se aceitar, se amar primeiro, se priorizar quando é tão errada, tão pouca coisa, tão insuficiente para tudo e todos. Complicado demais é pedir ajuda, tornando-se vulnerável e assim ter medo de se machucar ainda mais, a dor do outro já machuca o suficiente.

Em todas as coisas precisa-se de amor, em tudo temos que nos amar e é isso que ta faltando: Amor próprio.